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Ilustração de Manuela Bacelar para O livro do Pedro (Maria dos 7 aos 8) | Porto: Afrontamento, 2008 |
domingo, 16 de dezembro de 2012
Antologia da ilustração portuguesa / 2
Manuela Bacelar
sábado, 3 de novembro de 2012
Antologia da ilustração portuguesa / 1
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
Manuel António Pina (1943-2012)
Despediu-se hoje da morte
sobre a qual escreveu tanto.
E nós, os mortos,
choramos a sua partida.
Mas hoje começa também
a sua longa vida.
19 de outubro de 2012
João Pedro Mésseder
terça-feira, 31 de julho de 2012
Mar e poesia para a Infância: Maria Isabel de Mendonça Soares, Alice Vieira, Letria, Fanha, Jorge Sousa Braga e Sara Monteiro
Em
pleno verão, vale a pena apontar alguns livros de poesia para crianças menos
referidos que merecem, contudo, a inclusão num corpus de obras tematicamente centradas no mar.
Comecemos
com a bela antologia O Mar na Cultura
Popular Portuguesa (Lisboa: 1998), destinada à infância, em que Maria Isabel
de Mendonça Soares, histórica autora da nossa literatura para crianças, reuniu,
de modo criterioso, quadras e rimances populares, lengalengas, adivinhas,
provérbios, cantigas e composições rimadas usadas em jogos infantis, além de
contos e lendas, numa expressiva evidência da importância do motivo do mar e
dos temas a ele associados na literatura popular portuguesa de transmissão
oral.
Em
livros de poesia para a infância publicados desde 2001, não é difícil encontrar
referências ao mar, como se nenhum poeta conseguisse manter-se indiferente ao
apelo deste elemento e à sua omnipresença na História do nosso país, na nossa
cultura e, consequentemente, no imaginário português. Também porque falar do
mar é ainda, com frequência, falar dos animais que o povoam e o sobrevoam,
falar da praia e dos jogos que nela têm lugar ou tropeçar em pretextos para
retomar o topos da viagem ou
regressar à figura do pirata, essa arquetípica figuração humana do impulso para
a aventura.
Um
bom exemplo de evocação de um animal voador sempre associado à ambiência
marinha é o desse poema-adivinha (desvendada pela ilustração de Madalena
Matoso) que Alice Vieira dedica à gaivota em A Charada da Bicharada (Texto, 2008), para exprimir um indeclinável
desejo de voar aparentemente enraizado num tempo antigo em que o homem,
metaforicamente, possuía asas (alusão aos remotos dias da infância e da juventude?).
Animais
de água salgada nos traz, por sua vez, José Jorge Letria que propusera já diversos
textos narrativos em que o mar marcava forte presença. Abre assim o seu álbum
de poesia O Alfabeto dos Bichos (Oficina
do Livro, 2005) com uma dedicatória caligramática que, na ilustração de André
Letria, sai da boca de um peixe; no corpo do texto, as letras F, P, T, e X e os
respectivos poemas são dedicados a quatro animais do ambiente marinho: a foca,
o polvo, o tubarão e o xarroco. Poemas breves que oscilam entre o apelo à
protecção das espécies e as dimensões lúdica e informativa. Em três dos Poemas para Meninas e Meninos (Gailivro,
2003), livro que Letria assinara, dois anos antes, com o pseudónimo Luís
Infante, intensifica-se a componente lírica relacionada com o mar – tendo como
suporte a expressividade fónico-rítmica –, sendo que, em dois deles (“Até à
Costa Malabar” e “Pelas valetas das vielas”), não passa despercebida a isotopia
da memória dos Descobrimentos e o correlato topos
da viagem.
De
José Fanha (um colaborador de Letria na organização de diversas antologias
poéticas) mencione-se Cantigas e Cantigos
(Terramar, 2004), obra constituída por composições destinadas a pré-leitores e
leitores iniciais e visivelmente influenciadas, na sua poética, pelas “rimas
infantis” da tradição oral. “De viagem”, o poema de abertura, muito simples,
traça um confronto entre os viajares do pé e da mão e os do olhar, susceptíveis
estes, por efeito do cenário com que se deparam, de “viajar (…) p’ra lá do mar”
(p. 5), e animados – pressente-se – pela força de uma imaginação desmedida que
a própria visão do oceano potencia.
Além
de, aqui e acolá, mencionar o mar enquanto elemento de que a terra, no nosso
planeta azul, se não pode dissociar, Jorge Sousa Braga, em Pó de Estrelas (Assírio & Alvim, 2004) – livro que remete para
uma ambiência, chamemos-lhe assim, cósmica, e cujos textos, na sua maioria, convidam
o leitor a uma imersão no universo estelar poeticamente recriado –, este poeta,
dizíamos, propõe, em “A música das estrelas”, uma canção de embalar. Nela se
referem umas maternais estrelas que entoam, também elas, outra canção sobre uma
das suas irmãs caída no mar. O poema é um convite à escuta desse acalanto, com
o corpo “deitado na relva / numa noite de Verão” (p. 46), porventura não longe
da praia, numa espécie de fusão com o cosmos.
Da
praia nos falam também, por vezes, os sujeitos poéticos de As Férias de Mário e Marina (Porto Editora, 2009), de Sara Monteiro,
como acontece no poema “Canção de Marina”, uma brincadeira verbal, que repousa,
quase exclusivamente, num jogo silábico infantil, cantarolado, destinado a
rimar com frases como “Na-poça-está-um-peixe”, “E-agora-um-camarão” e outras
ainda. Um jogo que termina, enfim, com uma insólita mordedura do pé da menina
pelo camarão ameaçado. Noutros poemas, como “As cavalas”, a voz de Marina – que
juntamente com a de Mário podemos ouvir em diversas composições do livro –
interroga-se sobre um animal que julga ser a “mulher do cavalo” e não um peixe,
para finalmente concluir ”Peixe?! É um peixe? (…) / – Peixe também é gente.”
(p.17). Em “Barco-pirata”, revela-se a faceta aventureira e masculina de
Marina, atraída pelo universo dos piratas e inclinada, por isso, a contrariar a
mãe segundo a qual a menina, justamente por menina ser, está destinada a tornar-se,
“queira ou não queira (…) bailarina” (p. 12). Em suma, dir-se-ia que o livro de
Sara Monteiro, ao mesmo tempo que tematiza a descoberta do mundo e da linguagem
por parte da criança, recriando ludicamente o seu linguajar, não resiste, aqui
e acolá, a uma subtil crítica às obsessivas proibições e imposições dos
adultos, por vezes sexistas e inibidoras desse instinto lúdico que é tão
distintivo da própria infância.
José
António Gomes
NELA
– Núcleo de Estudos Literários e Artísticos da ESE do Porto
domingo, 24 de junho de 2012
Revisitar um romance de Alice Vieira: Caderno de Agosto

O argumento,
muito centrado na esfera dos costumes, corre o risco de ser banal, mas o
desenvolvimento da narrativa tem o seu quê de engenhoso. Luísa é professora de
História e a elaboração da sua tese de mestrado eterniza-se (estava-se num
tempo muito anterior ao processo de Bolonha, em que a preparação de uma
dissertação para obtenção do grau de mestre podia demorar dois a três anos).
Após se ter divorciado de um conhecido psiquiatra, a sua vida segue um rumo
sinuoso e Luísa inicia a escrita de um romance. Se esta lhe serve de terapia
(interrompida, a espaços, por efémeras paixões), a história que inventa
funciona, por sua vez, como espelho ou contraponto dos seus percalços amorosos.
Após a inesperada fuga de um sócio que lhe arrebatara um original de sucesso
garantido, um antigo colega de faculdade pressiona Luísa no sentido de dar
continuidade à sua escrita, na esperança de incluir um novo best seller na indescritível coleção de
romances cor-de-rosa de que é editor.
Alice Vieira
adota, assim, uma estratégia a que nos habituara em livros anteriores (por
exemplo em Viagem à Roda do Meu Nome,
2.ª ed. 1987, ou em A Lua não Está à
Venda, 1988) − duas enunciações e duas narrativas paralelas, em registos
muito diferentes: Glória, a filha adolescente de Luísa, enche um caderno, em agosto,
com as aventuras e desventuras da mãe, do pai e seus reflexos na vida familiar;
no computador de Luísa, por sua vez, vai-se tecendo o relato dos encontros e
desencontros de Mónica e Alfredo Henrique. Este texto, todavia, acabará por não
corresponder às expectativas do editor, ou seja, será tudo menos uma história
cor-de-rosa. No final, Glória agrafa às suas folhas os capítulos da segunda
narrativa já escritos por Luísa e o "caderno de Agosto" fica
completo.
Com esta
estratégia, o leitor é obrigado a centrar a sua atenção em dois mundos
distintos (o de Luísa e o de Mónica) que, no entanto, reciprocamente se
iluminam.
Que há,
portanto, de essencial nestas histórias de amores frustrados e de adolescentes
expeditos e implacáveis na sua ironia?
Em primeiro
lugar, uma prosa que a todo o momento nos arrasta na sua vertigem narrativa,
revelando uma desenvoltura e uma trabalhada simplicidade que fazem do romance
um dos textos mais saborosos que a autora publicou. Por outro lado, dois
olhares impiedosos: os de Glória e de seu irmão António, atentos às fantasias e
permanentes contradições dos adultos, em especial de uma mãe
"muito-de-esquerda" − em cujo passado mais ou menos militante se
contabilizavam algumas festas do "Avante!", a distribuição de
comunicados da Fenprof, os protestos contra o Ministério da Educação ou a
leitura do JL (jornal que, em dado
momento, é apelidado de Bíblia de engenheiros afetados por complexos de
inferioridade cultural).
Acrescente-se
que o principal segmento da ação de Caderno
de Agosto − e este é, como dissemos, outro dos seus motivos de interesse – é
a recriação ficcional de um período histórico imediatamente anterior à sua
publicação, constituindo uma visão irónica e bem-humorada dos derradeiros
tempos do cavaquismo (em que, recorde-se, pontificavam, entre outras estrelas, Oliveira
e Costa, Dias Loureiro ou Duarte Lima). Aborda-se, por exemplo, a gradual
alteração de valores de algumas franjas da classe média lisboeta, sob a
influência da ideologia neoliberal e da cultura do "sucesso" e da
superficialidade, veiculadas pelo discurso dos media. Mas assiste-se igualmente ao choque entre uma moral
pequeno-burguesa conservadora (representada pelos pais de Luísa) e a atitude
mais liberal daqueles que, em 25 de Abril de 1974, atingiram a idade adulta. Os
últimos momentos de Caderno de Agosto
são, pois, o tempo desse amálgama de discursos resultante da então recente abertura
das televisões privadas, na qual se cruzam imagens de telenovela, de programas
do tipo "Isto Só Vídeo", e dos serviços noticiosos marcados pelo
sensacionalismo, pelas contestações a Manuela Ferreira Leite ou ainda pelo
casamento de D. Duarte nos Jerónimos, com o rosto do pai de Glória (convertido
às delícias de uma vida burguesa) a emergir de um grotesco cortejo de reis
destronados.
A outra face
deste mundo, porventura mais sombria, surge retratada no romance escrito por
Luísa; é o dia a dia de Mónica e Alfredo Henrique, cujos conflitos afetivos
resultam, em parte, dos sonhos desfeitos de uma pequena burguesia no limiar da
proletarização, trucidada pelo neoliberalismo e por um quotidiano medíocre.
Seria,
contudo, injusto reduzir Caderno de
Agosto a uma imagem sociológica ou nele encontrar apenas a caricatura de um
imaginário (os sonhos de sucesso social, os mitos da beleza e da saúde eternas,
a atração romântica pelos lugares exóticos...).
Num texto
que, a cada momento, nos convida a entrar no seu jogo de humor e ironia,
apetece, sobretudo, reter o olhar arguto e feminino de Glória, ou seja, o modo
divertido como observa, com a lucidez da sua adolescência, a comédia de paixões
desastradas e equívocos sem remédio em que, aos poucos, se vão atolando os
adultos que a rodeiam.
José António
Gomes
NELA -
Núcleo de Estudos Literários e Artísticos da ESE do Porto
segunda-feira, 11 de junho de 2012
Maria Keil (2014-2012)

MARIA E MATILDE
À memória de Maria Keil e da sua amiga Matilde Rosa Araújo
O desenho é um passo,
é um salto, é uma asa;
a palavra é um fio
de azul melodia.
E ei-las que dançam,
Matilde e Maria,
lá onde os seus livros
pousarem no colo
e se abrirem aos olhos
- uns olhos que sonhem -
de qualquer menina.
Bruxelas-Porto, 11-6-2012 (o dia a seguir àquele em que Maria Keil nos deixou)
João Pedro Mésseder
terça-feira, 8 de maio de 2012
Maurice Sendak (10 de junho de 1928 – 8 de maio de 2012)

À memória de um monstro que era um anjo
Lá
where the wild things are
e Ulisses convida os seus Ciclopes
para uma festa,
haverá tempo de sobra
para a partida e para o regresso,
para a revolta e para o aconchego,
e lugar
para desenhar para escrever para criar,
lá,
outside over there,
where the wild things are.
JPM
sábado, 21 de abril de 2012
Abril na literatura para crianças e jovens
Em tempos recentes recrudesceu o interesse dos escritores de literatura
para crianças e jovens pela tematização do 25 de Abril, depois de, nos primeiros
anos após a Revolução, ter existido certo silêncio sobre o assunto, cujas
razões, atribuíveis a circunstâncias diversas, não cabem no espaço desta nota. A
produção em causa fica sobretudo a dever-se às gerações de autores que, em
1974, contavam entre dezoito e cinquenta anos, como se, tantos anos decorridos
sobre essa data fulcral da nossa História do século XX e face aos retrocessos
do presente, se sentisse a necessidade de avivar memórias, lutar contra o
branqueamento de um passado iníquo, sublinhar o significado da Revolução bem
como a importância das suas conquistas: liberdade, democracia, possibilidade de
lutar pela justiça social. É que, ao contrário do que muitos julgam, a literatura
é sempre – além de tudo o resto que é o principal – um discurso ideológico.
Quando, em 2007, sob o pen name
de João Pedro Mésseder, publiquei Romance
do 25 de Abril, com ilustrações de Alex Gozblau, as minhas preocupações não
andavam longe das enunciadas. Escrevi-o em forma de romance tradicional em
verso (mais facilmente memorizável e dizível), recorrendo a uma alegoria (o menino
Portugal), dando a ver o contraste entre o antes e o pós-25 de Abril e
prestando, de passagem, tributo a alguns dos grandes cantores da liberdade: Jorge
de Sena, Sophia de Mello Breyner Andresen, Manuel Gusmão.
Matilde Rosa Araújo,
com História de uma Flor (1976), Carlos
Pinhão, com Bichos de Abril (1977), e Sidónio Muralha, com O Companheiro (1975), Catarina de Todos Nós (1979) e Terra e Mar, Vistos do Ar (1981),
foram dos primeiros a combater o esquecimento. Voltariam ao tema do antes e do
pós-25 de Abril Manuel António Pina com o notável conto O Tesouro (1993) e Mário
Castrim com O Caso da Rua Jau (1994). Deram continuidade a este
trabalho José Jorge Letria, em O 25 de
Abril Contado às Crianças e aos Outros (1999), Capitães de Abril (1999) e A
Liberdade O que É? (2007); Alice Vieira, em Vinte e Cinco a Sete Vozes (1999); José Vaz, em A Fábula dos Feijões Cinzentos (2000);
Álvaro Cunhal, em Os Barrigas e os
Magriços (2000; ed. em livro, 2009); António Torrado, em Vassourinha - Entre Abril e Maio (2001); Álvaro Magalhães, em O Rapaz da Bicicleta Azul
(2004); Vergílio Alberto Vieira, em A
Revolução das Letras: o 25 de Abril explicado às crianças (2004); e
Margarida Fonseca Santos, em 7 x 25
Histórias da Liberdade (2010); a par de outros, como Maria Mata (L. A. & C.ª no Meio da Revolução,
1996), Valdemar Cruz (O Soldado e o
Capitão, os Cravos e o Povão, 1998), Paula Cardoso Almeida (25 de Abril: Revolução dos Cravos, 2008)
e Ana Oliveira (Do Cinzento ao Azul
Celeste, 2009).
Destaco três destes muitos títulos.
Mário Castrim, em O Caso da Rua Jau (1994), oferece-nos uma narrativa
juvenil em que se aborda o significado do 25 de Abril, na perspetiva das
alterações verificadas no relacionamento entre jovens em ambiente escolar.
José Jorge Letria, por seu turno,
propõe, em Capitães de Abril (1999),
um relato vivo e lúcido da Revolução dos Cravos, tal como foi vivenciada por
João e Teresa, um casal que em Abril de 1974 tinha cerca de vinte e cinco anos.
A relação destas personagens com um filho entretanto chegado à idade adulta
cria o quadro que permite ao narrador realçar a importância da memória e de
transmitir às gerações mais novas o testemunho dos ideais de democracia e
liberdade. Saliente-se o bom gosto do arranjo gráfico de José Pedro Costa –
também autor das ilustrações – que, além de explorar o simbolismo da cor vermelha
ao longo de todo o livro, reforça o enquadramento do texto no âmbito da crónica
jornalístico-literária, através do tipo de fonte tipográfica selecionada para o
cabeçalho e para a numeração das páginas.
Outra aproximação consistente à
história do 25 de Abril, enredada, como não poderia deixar de ser, nos fios da
ficção e da emoção, é Vinte e Cinco a
Sete Vozes, saído por ocasião do 25.º aniversário da Revolução – texto de
destinatário plural, isto é, não exclusivamente para jovens, embora algumas das
suas personagens sejam adolescentes.
Constitui-se a narrativa a partir
do cruzamento de sete perspetivas sobre o 25 de Abril, dadas por outras tantas
vozes representativas de diferentes gerações, classes e modos de pensar – o que
confere à obra uma dimensão poliédrica e problematizante, não manipuladora, mas
que não escamoteia a referência aos aspetos mais negros da ditadura de Salazar
e Caetano. Os testemunhos pertencem a jovens adultos e adolescentes do final de
década de noventa do século passado, e ainda a idosos e a outras personagens
que viveram intensamente a luta contra o fascismo e os dias da Revolução.
Embora nunca escutemos a sua voz, uma jovem que prepara uma dissertação de
mestrado sobre a memória dos acontecimentos (e que se constitui como «narrador silencioso»,
divulgador de depoimentos, e simultaneamente como narratário dos depoentes),
essa jovem, dizia, grava os testemunhos mencionados, cujos autores se encontram
ligados entre si por laços familiares ou de outro tipo. Estamos assim perante
monólogos em diversos registos de língua que evocam ora o dramatismo do período
anterior ao 25 de Abril, ora as alegrias da liberdade ou, no caso dos mais
jovens, uma caricata falta de memória histórica, cuja responsabilidade é, em
parte, assacada à Escola.
A carência de narrativas de
qualidade suscetíveis de motivar os adolescentes para os valores da Revolução
encontra, assim, uma saída neste livro de uma das vozes representativas da
geração que, em Abril de 1974, estava a entrar na casa dos trinta anos: Alice
Vieira.
José António Gomes
NELA – Núcleo de Estudos Literários e Artísticos da ESE do Porto
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