sexta-feira, 18 de junho de 2010

José Saramago (1922-2010): A Maior Flor do Mundo

Saramago deixou-nos um conto susceptível de ser lido como história para crianças e que foi magnificamente ilustrado por João Caetano, num álbum publicado pela Editorial Caminho.

Na Galiza, produziu-se e realizou-se um belo filme de animação baseado neste conto.

Aí fica o link – modesta forma de homenagear o grande escritor português que hoje nos deixou.

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http://www.youtube.com/watch?v=HcDaT03y2no

domingo, 6 de junho de 2010

Malasartes 19 já em distribuição

Eis algumas perguntas que poderíamos fazer a pais de filhos pré-adolescentes e adolescentes:

Conhece Alice Vieira? Os seus filhos terão lido Rosa, Minha Irmã Rosa, Viagem à Roda do Meu Nome ou Um Fio de Fumo nos Confins do Mar? Conhecem Álvaro Magalhães? Terão lido O Último Grimm, Guardado no Coração ou O Limpa-Palavras e Outros Poemas? E Manuel António Pina? Conhecem Os Piratas? Já ouviram falar dos livros de Ana Saldanha (por exemplo, Para Maiores de Dezasseis) ou do Diário de Sofia e C.ª (aos 15 anos), de Luísa Ducla Soares? E de Uri Orlev? Terão lido A Ilha na Rua dos Pássaros? Terão ouvido referências a Katherine Paterson e ao seu romance Lídia? E a Agustín Fernández Paz e aos seus livros O Laboratório do Dr. Nogueira ou O Centro do Labirinto? Experimentaram ler a série «Harry Potter», de J. K. Rowling? Ou os livros de David Almond? Já agora, e falando de clássicos, conhecerão A Ilha do Tesouro de Robert Louis Stevenson ou As Aventuras de Tom Sawyer de Mark Twain?

A lista poderia ser muito maior. Falamos, como é óbvio, da chamada literatura juvenil, livros de ficção para pré-adolescentes e adolescentes, que, não raro, tematizam questões e problemas que aos jovens se colocam. Livros, em suma, destinados àquela faixa etária que, muitas vezes, após um período de convívio gratificante com os livros – entre os 3 e o 10 anos –, abandonam a leitura. Ou, pelo menos, dela se desinteressam durante um certo tempo, dado o peso que diversos factores psicossociais e fisiológicos têm na vida dos adolescentes. Nem todos, porém, deixam de ler. Outros regressam mais tarde ao convívio com os livros, pois não chegaram a perder a noção da importância que a leitura pode ter nas suas vidas. Saltam então, de imediato, para a literatura «para adultos», o que é encorajador. E bem andaríamos, também, se os próprios pais perdessem (ou ganhassem?) algum tempo a ler estas obras para jovens, bem como os livros recomendados pela Escola.

Neste número de Malasartes, reserva-se algum espaço à literatura juvenil: à grande escritora sueca Maria Gripe – será mesmo um exemplo de literatura para jovens? –, a An Alfaya e Agustín Fernández Paz e a mais alguns autores considerados na secção de recensões críticas de livros galegos. E, pelo seu indesmentível sucesso editorial (reclamando, por isso, um olhar analítico), focaliza-se, também, a colecção «Profissão adolescente», de Maria Teresa Maia Gonzalez, pese embora alguma reserva com que a crítica por vezes a tem encarado.

Hoje sobretudo conhecido por adolescentes e adultos – quando lido – é o díptico Alice no País das Maravilhas e Alice do Outro Lado do Espelho. Muitos acorreram já às salas de cinema, tentando não perder a recente recriação cinematográfica destas obras. Mas irão ler os textos de Lewis Carroll? Só por si esta questão reclama um olhar crítico sobre a Alice de Tim Burton – um dos destaques do presente número da revista.

Os perfis da ilustradora Inês Oliveira e da escritora Ana María Fernández, a literatura dramática de João Paulo Seara Cardoso e a poesia de Nicolás Guillén para crianças, a par das habituais secções de Práticas e de leitura crítica de obras portuguesas, galegas e brasileiras constituem outros motivos de interesse deste número.